Shimoguiri confirma revitalização de avenida durante audiência pública

Em audiência pública na noite de quinta-feira (19), prefeito Luiz Shimoguiri confirmou para ainda este ano o início das obras de revitalização da Avenida Rigesa, numa extensão de cerca de quatro quilômetros.

A proposta de projeto de engenharia para a obra será definido através de concurso direcionado a acadêmicos dos cursos de Engenharia Civil e de Arquitetura e Urbanismo, de universidades públicas e privadas.

Comissão composta por técnicos do setor de Planejamento e membros designados pela prefeitura irão avaliar as propostas apresentadas, levando em consideração aspectos como a mobilidade da via e dos passeios, acessibilidade, sinalização e custo. O edital do certame deverá ser lançado até o final do mês de maio.

Bastante danificada em razão do intenso fluxo de veículos, inclusive de caminhões carregados, a Avenida Rigesa é uma das principais preocupações da atual administração municipal. “E sua revitalização está no nosso plano de governo, portanto, é um compromisso executá-la”, afirmou o prefeito.

De acordo com Shimoguiri, a reunião teve o objetivo de ouvir a comunidade e, em especial os moradores e comerciantes radicados ao longo da avenida, com relação à retirada do fluxo de veículos pesados da via. “Até porque precisávamos dessa resposta para saber qual tipo de obra teremos de executar para suportar o tráfego”, esclareceu.

Por unanimidade, o público optou pela mudança. Cerca de 60 pessoas acompanharam a audiência no anfiteatro prefeito José Felício de Souza, que fica em anexo as secretaria de Saúde e Educação. A ideia da prefeitura é alterar o trajeto do fluxo pesado para o bairro Zilda Pacheco/Argentina.

Números

Estudo encomendado por uma empresa local e que está protocolado no Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) aponta que na avenida circulam diariamente 3,2 mil veículos, a maioria vindos pela PR – 151 (rodovia que liga a São Mateus do Sul) e pela BR-280, passando pela SC – 120.

Tendo em vista que desse total, cerca de 650 são caminhões carregados, o engenheiro civil e secretário de Administração e Planejamento Zair Packer, demonstrou preocupação não só com a conservação do pavimento, mas também com a segurança dos ciclistas e pedestres que transitam pela via. “E a tendência é que esse fluxo ainda aumente”, argumentou, ao lembrar que o Governo do Paraná confirmou a pavimentação asfáltica da rodovia que liga São Mateus do Sul e Irati.

Ainda segundo o secretário, caminhões vindos de cidades do Paraná usam Três Barras apenas como passagem para os portos catarinenses e até pela falta de fiscalização do peso das cargas, na divisa entre os dois Estados.

 

Etapas

Shimoguiri assegurou a capacidade financeira do município para custear a obra com recursos próprios. “Medidas de economicidade adotadas no primeiro ano de gestão garantiram o pagamento de R$ 4,5 milhões de dívidas herdadas e recursos para algumas obras e serviços este ano”, comentou.

O investimento previsto é de aproximadamente R$ 3 milhões. A ideia é realizar os trabalhos em etapas, até como forma de não interromper o trânsito em sua totalidade e nem prejudicar as vendas do comércio local.

O setor de Planejamento dividiu a avenida em quatro trechos. O primeiro inicia na linha férrea próxima ao Museu e vai até o entroncamento com a Rua João Pacheco (que dá acesso ao cemitério), numa extensão de um quilômetro.

O trecho dois é de 450 metros lineares, entre a continuidade do entroncamento com a Rua João Pacheco ao mercado Servilar. Com 550 metros lineares, o trecho três vai do Servilar até a ponte sobre o Rio Barra Grande. Já o quatro segue da ponte até a rótula em frente à Câmara de Vereadores, numa extensão aproximada de um quilômetro.

 

Desvio

Na ocasião, o prefeito confirmou que está avançada a negociação entre o município e a WestRock para a construção do desvio pelo bairro Zilda Pacheco/Argentina, utilizando grande parte da área pertencente à empresa.

A proposta é que o novo percurso de 1,5 quilômetros inicie no entroncamento da Avenida Rigesa com a Rua Lumber e siga perpendicular em parte da Avenida José Nunes Cavalheiro e depois em paralelo a Rua Antônio Simões da Matta, saindo na área de acesso a WestRock.

A estimativa é que o custo do desvio fique em R$ 4 milhões. Shimoguiri falou que esperava o auxilio do Estado para fazer a obra. Porém, as dificuldades financeiras anunciadas pelo novo comando do Governo catarinense devem obrigá-lo a executar a construção com recursos próprios.

Conforme o prefeito, a intenção é realizar simultaneamente as obras de revitalização da Avenida Rigesa e da construção do desvio. “Técnicos serão consultados para ver se há mesmo essa possibilidade, sem atrapalhar a mobilidade do trânsito”, explicou.

Assim que iniciar a reurbanização da avenida, o fluxo pesado será temporariamente levado para a Avenida José Nunes Cavalheiro, até que o desvio seja concluído. Essa via, inclusive, também deverá receber melhorias como a construção de calçadas e ciclovia.

Na reunião, Shimoguiri ainda disse que o município tem projetos em andamento para a revitalização da Avenida Abrahão Mussi e pavimentação de ruas do distrito de São Cristóvão.

Lamentou, no entanto, o cancelamento de recursos que seriam recebidos através do Fundam 2 e pelo programa Avançar Cidades, do Governo Federal.

Só o Estado deveria destinar R$ 4,5 milhões a fundo perdido para a pavimentação de ruas. O município tinha diversos projetos aprovados nos dois programas e que contemplariam vias dos bairros Zilda Pacheco/Argentina, Vila Nova, Km 02 e do São Cristóvão.

 

Sugestões

O público foi participativo durante o debate. Shimoguiri ouviu sugestões e esclareceu diversas questões relacionadas às obras.

Erick Sudoski, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), chegou a questionar se a retirada do fluxo pesado do centro da cidade, não iria trazer prejuízos aos comerciantes.

Depois, no entanto, foi favorável à medida que não se aplicará aos caminhões de carga e descarga, que terão horários fixos para circularem e estacionarem na via.

Sobre o ponto citado por Sudoski, comandante do grupo da Polícia Militar, 2° sargento Reginaldo Scheuer comentou que grande parte dos caminhões que circulam pelo centro está apenas de passagem. “Os caminhoneiros nem param para consumir no comércio local”, observou, ao defender a mudança até por questão de segurança.

A criação do Plano Diretor do município, antes da execução das obras, foi sugerida por João Ricardo Denk e Ana Jéssica Baiak, arquitetos e urbanistas da cidade. A arquiteta ainda foi além, propondo que a revitalização da avenida contemplasse, principalmente, os pedestres. 

Prefeito Shimoguiri falou que a prefeitura deve iniciar ainda este ano as discussões sobre o assunto, já que legislação federal obriga municípios que apresentam áreas de risco, como é o caso de Três Barras, a ter um regramento e planejamento urbano.

Apesar de acreditar que o percurso do desvio deveria ser feito através da linha férrea, desativada há anos, vereador Laudecir Gonçalves, o Barriga (PR), elogiou a iniciativa do Governo do Município em abrir a discussão dos assuntos com a comunidade. “Foi uma atitude democrática”, considerou, ao defender as duas obras.

Vice-prefeito Gilson Nagano também se manifestou favorável, dizendo que a conservação das vias centrais está relacionada diretamente à mudança do fluxo pesado.

Outro ponto levantado foi situação das empresas de transportes de cargas, situadas em alguns bairros. Segundo o prefeito, já houve conversações com alguns proprietários no sentido de realocá-las para uma área próxima a SC-120. A prefeitura está trabalhando na desapropriação, para depois fazer a cessão de uso ou leilão público de terrenos aos interessados.

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